UNE irá ao Ministério Público para que o Estado apure a morte de Honestino Guimarães


Há trinta e cinco anos, em outubro de 1973, desaparecia Honestino Guimarães, presidente da União Nacional dos Estudantes, após prisão efetuada pelos órgãos de repressão. Fruto das lutas dos que combateram a ditadura, a democracia hoje demonstra vitalidade e a UNE prova que não mudou de lado, tanto que vai ingressar no Ministério Público Federal com uma ação para que o Estado assuma a responsabilidade e apresente à sociedade os responsáveis pelo ato.

A entidade, que ingressa com a ação em conjunto com a OAB, entende a apuração da morte de Honestino como mais um passo na consolidação da democracia brasileira, após a histórica reconquista de sua sede no bairro do Flamengo (RJ), destruída pelo regime dos generais.

"A UNE vem buscando formas de pressionar o Estado brasileiro para que não se apague a memória nacional e para que nossos heróis sejam de uma vez por todas revelados. O Honestino é uma figura muito simbólica para o movimento estudantil, pois foi o último presidente da UNE antes de sua reconstrução, em 1979", afirma Luana Bonone, diretora de comunicação da entidade.

A UNE também tem se manifestado no debate sobre a Lei de Anistia do país, muito em voga nos últimos meses. André Tokarski, diretor jurídico da UNE, adianta: "iremos ingressar no STF com uma ação que questione a abrangência da Lei da Anistia. Arguiremos que a tortura não é crime político, por isso não poderiam ser anistiados os torturadores, e que esta é imprescritível".

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