UNE reafirma independência a candidatos e lança Projeto Brasil

"A UNE não tem candidato nem tem anti-candidato. A UNE tem um projeto para o país e vai lutar por ele nas ruas",afirmou Augusto Chagas, presidente da entidade.


O 58º Conselho Nacional de Entidades Gerais da UNE terminou neste domingo com uma decisão estratégica: a reafirmação da autonomia da entidade frente a partidos e governos.

Ao mesmo tempo, os estudantes definiram um projeto político que a UNE defenderá nas eleições, o Projeto Brasil (leia a íntegra aqui), apresentando suas bandeiras para os candidatos e pautando a discussão do programa com toda a sociedade. Mais valem as ideias
A polêmica acerca de um possível apoio formal da entidade a um dos pré-candidatos foi levantada e permeou os principais debates do CONEG.

Na imprensa, a cobertura apontava para um suposto apoio à Dilma Roussef ou a aprovação de uma resolução apontando que, desde o primeiro turno, trabalharia contra a candidatura de José Serra.

Qualquer das decisões seria uma novidade, pois a septuagenária entidade dos universitários brasileiros reúne correntes ligadas à esquerda e à direita e sempre teve sua independência como fator garantidor da unidade interna. Além disso, historicamente, a UNE tem se pautado pela apresentação de um programa avançado, sem escolher oficialmente candidatos, o que não impede seus dirigentes de terem posições pessoais na eleição.

Augusto salientou que a decisão tomada no fórum foi a melhor para o país e para a garantia da unidade do movimento estudantil. "A UNE saiu daqui unida, independente, com aquilo de mais valioso na nossa história,
que é a proposta, a opinião dos estudantes de transformação do Brasil".

Posição contra o retrocesso
Os estudantes tomaram ainda firme posição contrária ao retrocesso do país ao neoliberalismo. O Projeto Brasil aprovado faz duras críticas aos dois governos de Fernando Henrique Cardoso e se compromete a combater nas ruas a volta àquele passado de privatizações, subserviência aos interesses dos países ricos, falta de democracia e de compromisso com os direitos do povo.

A decisão favorável à apresentação de um programa avançado, mantendo a autonomia da entidade frente a partidos e governos teve apoio da ampla maioria dos delegados presentes e uniu o movimento "Da Unidade Vai Nascer a Novidade", liderado pela UJS, as correntes do PT Kizomba, CNB, Articulação de Esquerda, além da Juventude Pátria Livre (JPL), JSB, JS-PDT e estudantes independentes. Dos 214 delegados, 181 apoiaram a proposta vencedora.

De São Paulo,
Fernando Borgonovi

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