Ao obter 72% dos votos e eleger, no último domingo, em Brasília, o presidente da UNE para o próximo biênio, a chapa "Aprofundar as Mudanças" alcançou um feito histórico para o movimento estudantil. Ao final da gestão de Augusto Chagas, em 2011, a União da Juventude Socialista terá completado 20 anos à frente da entidade.
O fato foi confirmado com os 2018 votos obtidos pela coalizão que baseou suas propostas na luta pela vitória das forças progresistas em 2010. O resultado foi suficiente para a conquista da maioria das diretorias da entidade na próxima gestão.
Militante da UJS e do movimento Da Unidade Vai Nascer a Novidade, o estudante da USP Augusto Chagas assume a entidade com desafios de pressionar pela aprovação da proposta de Reforma Universitária elaborada pela UNE, mobilizar a base da UNE para discutir e apoiar um projeto de desenvolvimento que contemple os anseios populares nas eleições presidenciais e fortalecer ainda mais a rede do movimento estudantil na luta pelos interesses dos estudantes.
A soma de forças que levou à vitória contou com os movimentos Da Unidade Vai Nascer a Novidade (UJS e independentes), Mutirão (Juventude Pátria Livre), Kizomba (Democracia Socialista), JSB, JS-PDT e Mudança e conquistou 2018 votos, obtendo 13 dos 17 postos na executiva da entidade.
Em segundo lugar ficou a chapa "Oposição de Esquerda", que congrega correntes ligadas ao PSol e ao Partido Comunista Revolucionário (PCR), com 410 votos e dois cargos na executiva. A terceira colocada reuniu, "MUDE", que reuniu as correntes petistas Construindo um Novo Brasil (CNB), Articulação de Esquerda e O Trabalho, conquistou o apoio de 354 delegados e obteve também dois postos. Outras três chapas ainda forma inscritas e tiveram, juntas, 20 votos, enquanto foram cinco os nulos e dois os votos em branco.
Em seu discurso de candidato, Augusto Chagas exaltou a coragem do movimento estudantil em não se dobrar perante as adversidades e enfrentar de maneira altiva às perseguições a que estão sujeitos os que dedicam esforços pela construçãode uma nação melhor. "Uma saudação àqueles e àquelas que acreditaram num novo país, que não se confundiram diante do momento político que vive o Brasil e que não se pautaram pela opinião das elites e seus meios de comunicação e que não se acovardaram diante das dificuldades e ousaram lutar por um mundo melhor", falou.
Vitória da militância
Antes de entrarem no ginásio para a eleição da nova diretoria, delegados e delegadas do movimento "Da Unidade", o maior presente no Congresso, e militantes da UJS realizaram uma plenária que retratou o esforço dedicado durante a campanha para o Congresso e dedicou a esperada vitória ao desprendimento dos jovens socialistas que a construíram.
Para Marcelo Gavião, presidente da UJS, "esse congresso tem a gota de suor de todos os militantes, que tanto trabalham para materializar as ideias e a política da UNS, aceitam ser deslocados de seus estados e, muitas vezes, passar dificuldades em lugares que não conhecem, mas o fazem com a certeza de que lutam por um Brasil melhor e mais justo para todos".
As mulheres no comando
Outro fator a ser destacado na bancada do movimento Da Unidade Vai Nascer a Novidade é o papel das mulheres. Elas são presidentes nas entidades estaduais de Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco, Amazonas e, neste Congresso, tinham sua principal representação em Lúcia Stumpf, presidente da UNE na gestão cessante.
Lúcia, aliás, na plenária citada, foi efusivamente homenageada pelo seu desempenho à frente da UNE nos últimos dois anos.
Congresso representativo e politizado
Este 51º Congresso entra para a história como o mais representativo da UNE: com 5250 delegados eleitos (3001 deles estiveram no Congresso, mesmo em período de férias), representou com suas eleições os alunos de 92% das instituições de ensino superior brasileiras.
A programação contou com o I Encontro de Estudantes do ProUNI e teve a presença do presidente Lula, única vez em que um primeiro mandatário da República participou do Congresso. Aconteceu também um grande ato político, que reuniu estudantes, sindicalistas e representantes de outros movimentos sociais, em defesa da Petrobras e do petróleo, com ênfase na luta para que os recursos da camada de pré-sal, recentemente descobertos, fiquem sob controle nacional e sejam utilizados para atender às demandas sociais do povo brasileiro.
De Brasília,
Fernando Borgonovi
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UJS - ACRE
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