Bienal da UNE traz debate sobre as políticas públicas de juventude


O segundo dia de atividades da Bienal trouxe importantes discussões para a programação do evento. Foi feito um balanço sobre os últimos dez anos relacioando a UNE e temas referentes à cultura, as relações da América Latina, o movimento hip hop como elemento político, a importância do esporte, além de debates específicos.

Entre os temas gerais o diálogo entre a juventude e as políticas públicas de juventude (PPJ´s) foi um dos mais calorosos no que diz respeito à inserção do jovem nas decisões referentes a ele.

O Coordenador da Secretaria de Movimento de Juventude de Minas Gerais, Roberto Tross, comentou sobre a importância dada a essas questões desde o início do governo Lula. "Ele criou a Secretaria Nacional de Juventude e com a a PEC de juventude muito está sendo pensado sobre eles", diz.

Na opinião do coordenador o grande desafio é pensar de onde partiremos para chegar à construção desse espaço. Para ele é preciso constitucionalizar a juventude.

Estava presente na mesa o vereador do PT pelo Estado da Bahia, Henrique Carballal. Ele ressaltou a importância de se ater às realidades de cada município, cidade, de cada local e efetivar a PEC e ações para a inserção do jovem no mercado de trabalho, saúde, educação, entre outros.
"Acredito que seja importante colocar o jovem participando da definição das prioridades do orçamento. Ele poderá dar uma diretriz para construirmos a política de juventude como política de Estado", afirma o vereador.

O membro do Conselho Nacional de Juventude, Valério Bemfica, diz que a juventude esteve presente em todos os momentos da história. Para ele o desafio é pensar em como os programas são criados para e com a juventude.

Já o superintendente de Juventude do Rio de Janeiro, Rodrigo Abel, questionou qual o papel da sociedade civil nesse tema. Ele comenta que foi somente em 1954 que foi citado o termo juventude nas leis quando foram tratados temas referentes à maioridade penal e outras questões. "O Estado sempre viu o jovem como um problema, isso está mudando cada vez mais e precisamos continuar trabalhando para isso", diz.

De acordo com o Presidente da UJS e membro do Conselho de Juventude, Marcelo Gavião, as PPJ´s se dividem em quatro categorias: a assessorativa em que há a assessoria ao governo mas sem poder de opinião; a consultiva, que propõe a criação de conselhos; a colaborativa, em que há o poder de influência mas a definição não é dele e a empoderativa que cria conselhos para que todos tenham o poder de decisão.

"Certamente a última é a ideal. É preciso dar mais poder de decisão ao jovem. Debater uma estrutura de construção que não seja uma marca do governo. Não existe uma saída individual para um problema coletivo", afirma o Presidente.

A Deputada Federal Manuela D´ávila, militante da UJS, faz um paralelo na história ao dizer que na Revolução Industrial não existia juventude, tendo em vista que com seis ou sete anos de idade as crianças trabalhavam como adultas. "Elas não tiveram essa importante fase de transição que as leva da infância para a fase adulta", diz.

"Acredito na participação política da juventude e a criação de conselhos não substitui o movimento social. É preciso construir um sistema nacional de juventude precisamos do fim da fragmentação da educação".

Encerrando a mesa o Secretário Nacional de Juventude, Beto Cury, diz que deve haver a percepção, por parte de vários governos brasileiros, de que a juventude tem que ser observada como um agente social. "Deve haver a consolidação do tema como política de Estado, a construção de um fundo financieiro e também consolidar um sistema e uma rede de juventude no país", conclui.

Após os debates os jovens tirararam dúvidas e fizeram questionamentos quanto aos temas citados na mesa.

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