ENET e CONEG trazem mudanças históricas para o Movimento Secundarista no Brasil


Entre 8 e 12 de dezembro nas Faculdades Integradas de Guarulhos (FIG), São Paulo, acontece a 11ª edição do Conselho Nacional de Entidades Gerais (CONEG) e, paralelamente, o 10º Encontro Nacional de Escolas Técnicas (ENET).
O objetivo é debater a situação das escolas técnicas no país apontando perspectivas e bandeiras de luta visando mais financiamentos; melhoria na qualidade do ensino; implementação do projeto IFET (Instituições Federais e de Educação Tecnológica) que pede a ampliação das escolas técnicas; debate do sistema S e a defesa da reserva de vagas para as CEFET´s.
“O encontro reunirá as grandes lideranças das escolas técnicas, os principais grêmios estudantis e entidades gerais”, afirma o Coordenador Nacional do Coletivo Secundarista da UJS e Diretor de Relações Internacionais da UBES, Osvaldo Lemos.
Para ele é preciso aumentar as vagas, porém com a criação do Fundep (Fundação de Desenvolvimento do Ensino Profissional) e isso será feito por meio da discussão das oportunidades de debate da realidade de cada CEFET, sua implementação com especificidades e particularidades. “Será uma troca de experiências além da organização do movimento estudantil nos grandes centros políticos que são as escolas técnicas”, conta.
Para o responsável pelo Movimento Secundarista e Diretor de Organização da UJS, Ossi Ferreira, cada atividade do movimento secundarista fortalece muito a entidade já que sua história conta com diversos secundaristas que foram importantíssimos para a construção das lutas e bandeiras.

Osvaldo diz que do último CONEG para cá a UJS chega ao ENET com maior participação e influência sobre as CEFET´s. Exemplo disso foi a vitória da organização no grêmio do CEFET de Pernambuco que estava há 14 anos sem ganhar e agora mostra sua força política e promete melhorias na organização do movimento estudantil em uma das maiores escolas técnicas do país. Outros exemplos envolvem as vitórias no CEFET de Aracajú e o Colégio Técnico da UFMG (COLTEC).
“O encontro, desde sua criação, vem ajudando a consolidar os núcleos da UJS e nesse ENET há maior participação dos estudantes sendo que a UJS valoriza a importância da construção do movimento estudantil nesses centros políticos”, conta Ossi.

UBES

O Coneg promete reunir entidades de diversos Estados e Municípios do país além de trazer aproximadamente mil estudantes dos 27 estados brasileiros.
O principal motivo é fortalecer ainda mais a UBES consolidando a rede de movimento estudantil, construindo mais grêmios, mais entidades municipais e estaduais. “Além disso, nós queremos integrar o movimento estudantil nas escolas técnicas, vamos reposicionar o debate da UBES na educação, na defesa de um sistema nacional de educação articulado, na defesa da reserva de vagas, pela melhoria e fortalecimento do ensino médio e pela perspectiva de radicalizar na formação da universidade acabando com os vestibulares”, afirma Osvaldo.
Ao final dos debates vai ser aprovada uma carta com as resoluções e opiniões da entidade sobre os diversos temas citados.

Mudança no Estatuto

Durante o Congresso haverá a proposição de uma mudança histórica e importante para o fortalecimento da UBES que é a alteração em um dos itens do estatuto. “Há dez anos foi definido que o Congresso da entidade teria etapas estaduais, hoje nos vamos propor aos participantes que haja uma alteração em que para se eleger um delegado, na etapa estadual, haverá eleição em urna nas escolas”.
Essas mudanças visam fortalecer e valorizar as etapas estaduais do Congresso da UBES e construir um sistema eleitoral de delegados de forma proporcional ao estado para, posteriormente, concluir a etapa nacional. Na opinião do Diretor essas mudanças vão levar mais estudantes se comparadas aos congressos anteriores. Além disso ele defende a construção de um sistema nacional de educação para integrar o ensino fundamental até a universidade proporcionando mais financiamentos e presença democrática.
Para Ossi as alterações que devem ser feitas nesse CONEG devem vão fortalecer a existência de uma rede do movimento estudantil, já que o voto direto em urna democratiza e amplia a participação dos estudantes. “A UBES representa muitos estudantes e muitos estudantes têm que fazer parte do cotidiano da UBES”, conta.

Reserva de Vagas

Outra bandeira de luta é para a aprovação da reserva de vagas imediatas nas escolas técnicas assim como nas universidades. Durante o encontro será debatido o modelo de acesso à universidade, pois hoje o ensino médio está desvalorizado e sem investimento. Osvaldo Lemos acredita que só existe vestibular, pois não existe um ensino médio forte e isso faz com que haja um modelo excludente de acesso à universidade que. “É preciso radicalizar a democratização do acesso e incentivar a melhoria da qualidade, mas o debate deve passar pelo ensino médio”.
Para Ossi a reserva de vagas pode ser considerada a maior vitória da UBES na sua história, pois é uma proposta genuína que surgiu no congresso em 1995 e isso é fruto do resultado de caravanas em todo o país, de aprovações em todos os Estados, de debates freqüentes com as organizações que discutem a educação. “Enxergamos isso como uma grande conquista dos estudantes e uma grande vitória da UBES”.

Fonte: UJS NACIONAL

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